Acabei de ler o livro do Abílio, há dias. Com ele já falei...já lhe disse tudo o que pensava. Sinceramente acho que fez um trabalho fabuloso. Consegue pôr o leitor a caminhar os seus passos...debaixo de chuva... sob canícula... a ansiar o albergue... a picar as bolhas... a encarar os medos... o breu... a registar com os olhos tudo quanto o Homem ( por mais bélico e maquiavélico que seja) tem plantado ao longo dos séculos. `Está muito bem escrito, assente numa estrutura que, na minha modesta análise, parte da tipologia diarística para a sua sábia desconstrução. É bonito... como o caminheiro, o leitor não quer parar. Corre em passos corridos com a pressa de chegar a Santiago. E olhem só... ainda lhe encontro uma costela hagiográfica, o que, no contexto temático, valoriza a obra. Quanto ao seu pendor didáctico... estamos conversados. Ele é uma presença constante. Sem ser fastidioso, informa... e informa através do seu olhar subjectivo e intimista que leva ao desejo, à vontade de estar e conhecer e de caminhar os mesmos caminhos. As funções da linguagem, todas elas estão presentes: a emotiva/poética, a informativa, a apelativa, a meta-linguística(quando fala nas questões da evolução da língua) e até a fática ( quando recorre à linguagem das sms...).
Por isso, Abílio, PARABÉNS. Presenteaste o leitor, mas sobretudo presenteaste os teus mais próximos (todos nós passeamos pelas tuas páginas) com cerejas saborosas. Assumiste uma responsabilidade... não os defraudes...
Classificação: [5 de 5 Estrelas!]